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sábado, 2 de maio de 2020

ATIVIDADE DO 2 ANO E NOTURNO EM- GEOGRAFIA- EMI


ATIVIDADE DO 2 ANO E –Atividade on line  – NOTURNO
ENSINO MÉDIO  - GEOGRAFIA- EMI
TEMAS

1. Território brasileiro: de arquipélago a continente
2. Brasil: integração nacional e diferenciação regional
OLÁ PESSOAL!
Orientações para essa atividade
1 – Ler os textos referentes ao 1 bimestre, ou melhor, na retomada do 1 bimestre.
2 – Escrevam as respostas no seu caderno das atividades propostas.
3 – quando retornarmos presencialmente eu vou considerar como atividade realizada.
4 Não esqueçam de acessar o Google classroom do Idalina, vocês também podem responder na parte de atividades e enviar pela plataforma.
Introdução
Neste tópico desenvolve os elementos da produção do espaço geográfico brasileiro, a partir do início do processo de colonização, levando em conta aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. Assim, você poderá analisar como se constituiu o imenso território do Brasil, de aproximadamente 8,5 milhões de km2 , quinto maior país do mundo em extensão, atrás apenas de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos da América (EUA). Serão examinados também elementos da formação social nacional, com destaque para o contato entre indígenas, europeus e africanos – grupos étnico-culturais que compõem as matrizes fundadoras da sociedade e da nação brasileira. ocê estudará elementos da produção do espaço geográfico brasileiro, a partir do início do processo de colonização, levando em conta aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. Assim, você poderá analisar como se constituiu o imenso território do Brasil, de aproximadamente 8,5 milhões de km2 , quinto maior país do mundo em extensão, atrás apenas de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos da América (EUA). Serão examinados também elementos da formação social nacional, com destaque para o contato entre indígenas, europeus e africanos – grupos étnico-culturais que compõem as matrizes fundadoras da sociedade e da nação brasileira.
TEMA 1 - Território brasileiro: de arquipélago a continente
A colonização do território que passou a ser chamado de Brasil começou com a chegada dos portugueses em 1500. No contexto da expansão marítimo-comercial, em que os portugueses e espanhóis eram protagonistas, as novas terras representavam apenas um ponto de parada na rota da comercialização de especiarias orientais. Porém, povos nativos diversos já viviam nesse território há milênios. Portugal era um Estado com tradição na navegação marítima e posição geográfica privilegiada, situado no extremo da Península Ibérica e com litoral banhado pelo Oceano Atlântico. Os portugueses desenvolveram as caravelas, barcos ágeis e pequenos, considerados, na época, os melhores para cruzar os mares. Nas primeiras décadas do século XVI, com a presença de outros exploradores, como os franceses e holandeses, os portugueses perceberam que era preciso ocupar e colonizar de forma efetiva o novo território. Desse modo, na década de 1530, foram criadas as capitanias hereditárias, vastas porções de terra cedidas a nobres portugueses, cujas relações se davam diretamente com a metrópole colonial.
Brasil: território e economia (séculos XVII a XIX) ]
Os próximos mapas mostram as atividades econômicas e a expansão territorial que configuraram a produção do espaço na América portuguesa entre os séculos XVII e XIX.
São mapas qualitativos, que diferenciam com cores o que há em cada lugar, combinados a elementos de mapas dinâmicos, ou seja, aqueles que indicam fluxos e movimentos por meio de linhas e setas.
Observe as legendas e compare os mapas. Depois, responda às questões a seguir.
1 Na sequência de mapas, verifique a expansão das atividades econômicas entre os séculos XVII e XIX. Em sua opinião, elas provocaram alguma ampliação da área explorada no território colonial?
2 Observe a posição geográfica de vilas e cidades criadas no período colonial e no Brasil Independente (século XIX). Em seguida, cite exemplos de funções e atividades desempenhadas por elas.
3 Em sua opinião, o que a conquista e a expansão territorial colonial representaram para os povos nativos?
Mapa 1 - A economia e o território brasileiro no século XVII 










Mapa 2 - A economia e o território brasileiro no século XVIII 

Mapa 3 - A economia e o território brasileiro no século XIX 

Brasil, uma história territorial
Desde o início da colonização, vários fatores possibilitaram a expansão do território da América portuguesa e sua efetiva exploração econômica. Após curto período de extração do pau-brasil, ainda no século XVI, a cana-de- -açúcar – recém-introduzida na faixa litorânea nordestina, que apresentava solos e clima favoráveis – tornou-se a primeira base econômica e o primeiro grande produto de exportação da colônia, o que a transformou no principal produtor mundial de açúcar.
O sistema açucareiro funcionava nos engenhos de cana, que operavam à base de trabalho escravo: no começo, com indígenas e, mais tarde, com africanos trazidos de seus lugares de origem à força. Isso permitiu a instalação de um comércio – lucrativo por um lado e aviltante por outro, por se tratar de comércio de seres humanos e pelo tratamento cruel dispensado aos escravizados. Vale notar que os primeiros grupos de escravizados africanos chegaram ao Brasil ainda no século XVI. A pecuária, por sua vez, difundiu-se no sertão nordestino. A criação de gado bovino, introduzida pelos portugueses, oferecia carne seca, leite, couro e animais que eram utilizados como força de tração em engenhos situados no litoral. Nos séculos XVII e XVIII, essa produção abasteceu a região central da colônia (atuais Estados da região Centro-Oeste) e as regiões situadas ao sul (atual Sudeste), incluindo vilas e cidades de Minas Gerais. A pecuária colaborou, assim, para expandir os limites territoriais da colônia, fixando-se, até os dias de hoje, como importante atividade econômica, mesmo após a decadência de atividades centrais, como a produção de cana-de-açúcar. Nesse movimento de expansão das fronteiras, vale destacar as expedições dos bandeirantes em busca de metais preciosos e da captura de indígenas para serem usados como escravos. Partindo da vila de São Paulo, os bandeirantes viajavam, entre outros trechos, por rios navegáveis da bacia do Rio Paraná, alcançando terras da atual região Centro-Oeste. Os séculos XVII e XVIII, em especial, foram marcados pela exploração do ouro e de pedras preciosas em Minas Gerais e no Brasil central. Acompanhando as mudanças no eixo econômico do território colonial, causadas por essa exploração, houve a transferência da capital federal de Salvador (BA) para o Rio de Janeiro (RJ), em 1763. Nas últimas décadas do século XIX, já no período do Brasil Independente, o comando econômico passou em definitivo para o Sudeste, com a economia baseada na produção e na exportação do café (ver mapa acima). Essa mudança de comando foi acompanhada pela imigração e pela criação ou crescimento de cidades – inicialmente no Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, e depois no oeste paulista. Os temas da imigração e da economia cafeeira serão retomados nas próximas Unidades. No final do século XIX e início do século XX, o norte do País vivenciou uma fase próspera com o surto da borracha.
O território nacional ingressou no século XX unificado e definido, já com as fronteiras atuais, mas com desequilíbrios regionais. Ao longo do período colonial e também após a independência, houve a concentração de atividades, pessoas e núcleos urbanos na faixa oriental. Só ocorreu maior articulação interna nas últimas décadas do século XX, por meio da economia urbano-industrial e do estabelecimento de rodovias e fluxos econômicos entre as regiões do País. Esse percurso contribuiu para criar a imagem do Brasil como um “arquipélago”, ou seja: as regiões funcionando como “ilhas” com poucas ligações entre si. Um arquipélago econômico, mas também geográfico. Como se pode observar na coleção de mapas a seguir, os anos 1890 e 1940 apresentam núcleos econômicos isolados e, nos anos 1990, os centros econômicos já se interrelacionam.
Brasil: de arquipélago a continente 

Resistências dos indígenas no passado e no presente Leia os textos a seguir. O primeiro deles mostra reações e resistências dos povos indígenas à presença de europeus, tanto do colonizador português como de outros grupos. O segundo destaca a condição atual dos povos indígenas. Após a leitura, responda às questões propostas. Território brasileiro e povoamento: história indígena Os índios reagiram de formas diversas à presença dos colonizadores e à chegada de [outros] invasores, como os holandeses e franceses. Veja abaixo algumas das formas de reação. Alianças com os colonizadores O apoio indígena foi decisivo para o triunfo da colonização portuguesa. Com este apoio, entretanto, as lideranças indígenas tinham seus próprios objetivos: lutar contra seus inimigos tradicionais, que, por sua vez, também se aliavam aos inimigos dos portugueses (franceses e holandeses) por idênticas razões. Abaixo estão exemplos das alianças [...]: • Guerreiros temiminós liderados por Arariboia se aliaram aos portugueses para derrotar os franceses na baía de Guanabara, em 1560, que recebiam apoio dos Tamoios.
• Chefe tupiniquim Tibiriçá, valioso para o avanço português na região de São Vicente e no planalto de Piratininga, combatia rivais da própria “nação” Tupiniquim e os “Tapuias” Guaianás, além de escravizar os Carijó para os portugueses. [...] • O potiguar Felipe Camarão, a mais notável das lideranças indígenas no contexto das guerras pernambucanas contra os holandeses no século XVII. Camarão combateu os flamengos [holandeses], os Tapuias e os próprios “potiguares” que, ao contrário dele, se bandearam para o lado holandês [...]. Resistência aos colonizadores Alguns grupos moveram inúmeros ataques aos núcleos de povoamento portugueses. Dentre estes, os Aymoré, posteriormente chamados de Botocudos, foram um permanente flagelo para os colonizadores durante o século XVI, na Bahia. Entre os episódios célebres de resistência ou represália, ficaram registrados: • o do donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, devorado pelos Tupiniquim, em 1547; • o do jesuíta Pero Correa, devorado pelos Carijó, nas bandas de São Vicente, em 1554; • o do primeiro bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, em 1556, devorado pelos Caeté, após naufragar no litoral nordestino. Alianças com invasores contra os colonizadores “Nações” inteiras optaram por se aliarem aos inimigos dos portugueses. Por exemplo: • os Tamoio, no Rio de Janeiro, fortes aliados dos franceses nas guerras dos anos 1550-60; • os Potiguar, boa parte deles resistiu com os franceses durante algum tempo na Paraíba e atual Rio Grande do Norte, e por ocasião das invasões holandesas em Pernambuco [...].
Povos indígenas
Em pleno século XXI a grande maioria dos brasileiros ignora a imensa diversidade de povos indígenas que vivem no país. Estima-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 povos, somando entre 2 e 4 milhões de pessoas. Atualmente encontramos no território brasileiro 241 povos, falantes de mais de 150 línguas diferentes. Os povos indígenas somam, segundo o Censo IBGE 2010, 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país.
A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 695 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional. Falar, hoje, em povos indígenas no Brasil significa reconhecer, basicamente, seis coisas: • Nestas terras colonizadas por portugueses, onde viria a se formar um país chamado Brasil, já havia populações humanas que ocupavam territórios específicos; • Não sabemos exatamente de onde vieram; dizemos que são “originárias” ou “nativas” porque estavam por aqui antes da ocupação europeia; • Certos grupos de pessoas que vivem atualmente no território brasileiro estão historicamente vinculados a esses primeiros povos; • Os índios que estão hoje no Brasil têm uma longa história, que começou a se diferenciar daquela da civilização ocidental ainda na chamada “pré-história” (com fluxos migratórios do “Velho Mundo” para a América ocorridos há dezenas de milhares de anos); [...] • Como todo grupo humano, os povos indígenas têm culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente; uma história que, no seu caso, foi (e continua sendo) drasticamente alterada pela realidade da colonização; • A divisão territorial em países (Brasil, Venezuela, Bolívia etc.) não coincide, necessariamente, com a ocupação indígena do espaço; em muitos casos, os povos que hoje vivem em uma região de fronteiras internacionais já ocupavam essa área antes da criação de divisões entre os países; é por isso que faz mais sentido dizer povos indígenas no Brasil do que do Brasil.
1 Como os diversos povos indígenas se posicionaram em relação aos colonizadores portugueses ou invasores do território que viria a ser o Brasil?
2 É possível afirmar que houve resistência de indígenas ao domínio colonial e à conquista do território por europeus?
3 Indique o que ocorreu com os povos indígenas, a partir do período colonial, quanto ao número de grupos e sua distribuição pelo território.
Atividade 3
Resistências de africanos escravizados e afrodescendentes 1 Agora, leia o texto a seguir e observe as figuras relacionadas às formas de resistência de africanos trazidos para trabalhar como escravos e de seus descendentes. Com base no texto, responda às questões sobre o tema.
Quilombos e quilombolas Ao percorrer o Brasil, o leitor encontrará nos estados de Mato Grosso, Maranhão, Bahia, Minas Gerais e até na Amazônia localidades chamadas Quilombo, Quilombinho ou Quilombola. Trata-se de comunidades originalmente constituídas por negros fugidos, instaladas, hoje, nas áreas onde houve luta e resistência contra a escravidão. Palmares foi o maior quilombo colonial, nascido no bojo das guerras do açúcar; e antes dele, contudo, movimentos de resistência já tinham se esboçado na própria África. [...] No Nordeste, desde os fins do século XVI, foram registradas fugas de escravos. Sabia-se, então, que os fugitivos se concentravam na área que se estendia entre o norte do curso inferior do rio São Francisco, em Alagoas, às vizinhanças do cabo São Agostinho, em Pernambuco. Tratava-se de uma região acidentada, coberta de mata tropical onde abundava a palmeira pindoba, daí o nome: Palmares. Em 1602, a primeira expedição punitiva, comandada por Bartolomeu Bezerra, tentou pôr um fim a esses ajuntamentos de fugidos. [...] Em 1675, [Palmares Grande, serra da Barriga, Alagoas] contava com cerca de 10 mil habitantes [...].
[...] Entre 1670 e 1678, o quilombo foi governado por Ganga Zumba, ou o Grande Senhor [...]. [Em um ataque desfechado por Manoel Lopes em 1675,] a resistência fora organizada com grande brilho pelo sobrinho de Ganga Zumba, Zumbi. Seu nome em banto, nzumbi, referia-se ao seu provável papel de guerreiro e líder espiritual na comunidade. [...] Em 1685, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho pedia autorização para conquistar os indígenas da capitania de Pernambuco. Em vez de usá-lo contra os bugres [indígenas], as autoridades decidiram lançá-lo contra Palmares. [...] O alvo era a destruição do quilombo que resistia havia cem anos. [...] Em fevereiro de 1694, depois de 42 dias sitiado, a cerca real do Macaco [que protegia o quilombo] caiu. Milhares de quilombolas morreram, outros tantos foram capturados e vendidos para fora da capitania. Zumbi, que conseguira escapar, foi capturado no dia 20 de novembro de 1695; executado, teve a cabeça exposta em praça pública. Era uma advertência: escravos deviam obedecer, e não desafiar o sistema escravista. Os invasores encontraram [no quilombo] casas, ruas, capelas, estátuas, estábulos e até toscas construções [...]; além das plantações [...], encontraram também fundições e oficinas. Os conhecimentos que os índios detinham sobre o fabrico de cerâmicas e redes, o processamento da mandioca e técnicas de pesca foram muito importantes para dar autonomia ao quilombo. Mas Palmares não foi único. Tampouco Zumbi. [Nas Minas Gerais, onde se descobriu ouro] [...] a drenagem sistemática de escravos para trabalhar nas lavras provocou o mesmo tipo de resistência, e os quilombos começaram a se multiplicar na região. [...]
a)     Quais foram as principais formas de resistência à escravidão por parte de africanos escravizados?
b)    Muitos brasileiros são afrodescendentes. Vários deles tiveram, portanto, antepassados que viveram sob o sistema escravista. Em sua opinião, isso traz repercussões para a vida dos afrodescendentes no Brasil atual? Explique e dê exemplos.
c)      Para você, é correto afirmar que as populações afrodescendentes atuais continuam lutando para garantir direitos de cidadania?
d)    Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos. SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP, n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).
Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a
a) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.
c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.
e) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.
TEMA 2 - Brasil: integração nacional e diferenciação regional
O Brasil ingressou no século XX com um território unificado, sem fragmentações, e sob um governo central. Neste tema, você entrará em contato com a evolução da divisão político-administrativa do País e com os aspectos da produção e da organização do espaço nacional.
Integração nacional e desequilíbrios regionais
Do ponto de vista da unidade político-territorial, de forma geral, o Brasil completou suas fronteiras externas nos primeiros anos do século XX. A aquisição do Acre em 1903 (após negociações com a Bolívia, conduzidas, na época, pelo Barão do Rio Branco) consolidou o traçado das fronteiras externas. Ao longo do período colonial e do Império, houve sucessivas mudanças na divisão e organização administrativa do território brasileiro. Com a Proclamação da Independência, em 1822, as antigas capitanias hereditárias foram transformadas em províncias do Império, com limites e contornos semelhantes aos dos Estados atuais.
Outra mudança importante na configuração territorial foi a transferência, em 1763, da capital, centro político da colônia, de Salvador (BA) para o Rio de Janeiro (RJ). Como já foi visto, isso refletia em boa medida o apogeu da mineração e a decadência da produção açucareira no Nordeste. O Rio de Janeiro sustentou essa condição até 1960, quando ocorreu a inauguração de Brasília (DF), a nova capital federal. O café se desenvolveu fortemente no Centro-Sul do País, expandindo-se do Vale do Paraíba, em sua porção no Rio de Janeiro, às terras férteis do oeste paulista. A produção do café foi afetada pelo fim da escravidão, mas logo os produtores substituíram a força de trabalho escrava por colonos estrangeiros. Surgiram ferrovias e novas cidades e acumularam-se capitais para investir em setores como o industrial, que despontava no Rio de Janeiro e em São Paulo. Isso consolidou o eixo econômico e a posição de comando dessa faixa do território. Em outras palavras, ocorreu uma concentração econômica e de recursos no Sudeste do Brasil. Por sua vez, outras regiões acabaram ficando relativamente isoladas ou em dificuldades econômicas, como é o caso da Amazônia e de faixas do Nordeste. O sistema similar a um arquipélago, visto no tema anterior, perdurou até o momento em que a integração territorial começou a ser efetivada, sob o comando do centro principal. Isso se deu especialmente na segunda metade do século XX, com a industrialização, a construção de rodovias, e a criação de Brasília e de redes de comunicações em escala nacional. Esse processo foi acompanhado de políticas de desenvolvimento regional na Amazônia e no Nordeste, ainda que nem sempre tenham sido bem-sucedidas.
Atividade 1 Evolução da divisão regional do Brasil
1 Observe os mapas a seguir. Examine o período a que cada mapa se refere e o que as cores representam. Em seguida, responda às questões.












a)     Preencha o quadro a seguir com as principais mudanças na divisão regional oficial do Brasil em cada período.
Período
1940 a 1970
1970 a 1990-2000
Principais mudanças






b)    Observe que alguns Estados já foram chamados de Territórios. Identifique esses Territórios nos mapas e descreva quais são eles.
2 Em sua opinião, por que os Estados foram agrupados em regiões? O que eles têm em comum para justificar essa organização?
A divisão político-administrativa do Brasil
Você viu que a divisão regional oficial do Brasil passou por uma série de mudanças ao longo do século XX. Originalmente, elas foram baseadas no quadro natural como critério de regionalização. Ou seja, as regiões foram estabelecidas com base nos atributos naturais, sendo cada região uma unidade espacial com características singulares, distintas das demais.
Assim, por exemplo, os Estados que compunham a região Norte em boa parte eram os recobertos pela Floresta Amazônica e que integram a grande região hidrográfica amazônica. Posteriormente, passaram a ser adotados outros critérios, como a semelhança da situação econômico-social. Desse modo, o Estado do Tocantins, criado em 1988, foi desmembrado de Goiás (que pertence à região Centro-Oeste) e integrado à região Norte. Até a aprovação da Constituição Federal de 1988, o Brasil ainda tinha os chamados Territórios. Essa foi a designação dada a certas unidades, como Amapá, Roraima e Rondônia, que não tinham autonomia político-administrativa. Todas as decisões tomadas sobre eles cabiam à União (governo federal ou nacional). Assim, Rondônia tornou-se Estado em 1981. Em 1988, o mesmo ocorreu com Amapá e Roraima, convertidos em Estados da federação. O arquipélago de Fernando de Noronha, que também era um território federal, foi incorporado ao Estado de Pernambuco em 1988. A divisão regional oficial é formada por cinco grandes regiões. Ela é utilizada pelo IBGE para fazer levantamentos estatísticos. Os dados servem também como uma “radiografia” da situação econômico-social e espacial da população e permitem planejar políticas públicas e programas de desenvolvimento. O Brasil ingressou no século XXI com um extenso território, dividido em cinco grandes regiões. A divisão político-administrativa compreende 26 Estados e um Distrito Federal, onde está Brasília, a capital do País. Além disso, existem, segundo dados do Censo do IBGE de 2010, 5.565 municípios no País. De acordo com a Constituição Federal de 1988, que está em vigor, a União (a esfera nacional), os Estados e os municípios são entes federativos. O que isso quer dizer? Significa que, em uma federação, todas as unidades têm ou devem ter autonomia político-administrativa e financeira. Também podem elaborar leis (contanto que não entrem em desacordo com leis nacionais já aprovadas), tomar decisões sobre investimentos e obras de infraestrutura, criar unidades de proteção ambiental, entre outras medidas. Mas isso não quer dizer que no Brasil não existam Estados e municípios que dependam de recursos da União. Ao longo do tempo, diversos pesquisadores propuseram outras formas de regionalização, levando em conta, primordialmente, critérios socioeconômicos e os modos de organização espacial de cada conjunto – por exemplo, considerando a densidade técnica dos espaços (concentração de portos, aeroportos, telecomunicações, geração de energia etc.), o que pode gerar diferenças ou desigualdades entre os conjuntos regionais. São proposições lançadas para melhor apreender as complexas realidades regionais. Os mapas a seguir apresentam duas propostas bastante consagradas: a primeira, com as regiões geoeconômicas ou os complexos regionais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul), de Pedro P. Geiger, lançada em 1967, e a segunda, com quatro grandes regiões, criada por Milton Santos e Maria Laura Silveira. Nessa última proposta, o Sudeste e o Sul são apresentados como regiões de grande concentração de recursos e elevada densidade técnica (por exemplo, quanto aos sistemas de transportes, comunicações e informações). Ali estão também as duas grandes metrópoles nacionais, São Paulo e Rio de Janeiro.

REGIÕES GEOECONÔMICAS














Em qual região fica o município e o Estado em que você vive? O que isso representa quanto à presença de recursos econômicos, geração de empregos ou oferta de serviços e obras públicas essenciais? Tais serviços e obras têm contribuído para melhorar a vida da população local? Em sua opinião, o que precisa ser feito para melhorar o desempenho da economia local ou regional e a vida das pessoas?

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